Que mundo queremos deixar para os nossos filhos?


Os cursos d’água, virgens, nunca alterados pela mão do homem, são margeados por densas florestas, à jusante e à montante. Essas densas florestas são entrecortadas pelos rios, não por acaso. Durante o dia, com o calor tropical, tênue devido à humidade acumulada nas florestas, parte das águas que correm nos rios se evapora, tornando a floresta cada vez mais húmida, criando um habitat rico de vida microscópica, fauna e variada flora. Ao anoitecer, com a troca de calor, parte dessa água se evapora, atingindo as camadas da atmosfera onde se formam as nuvens. Isso é possível porque a temperatura, à noite, é mais baixa. A diferença de temperatura cria uma espécie de barreira onde o vapor d’água é bloqueado e se condensa.


Quando chove, as águas das chuvas caem em maior parte nas florestas cuja área é muito maior que a ocupada pelos cursos d’água, obviamente. Essa água encontra a superfície do solo plena de raízes, matéria orgânica e densa vegetação, o que faz com que essa imensa quantidade de água seja armazenada em grande parte pela terra que filtra uma parte desse volume que retorna aos rios e o processo todo tem ínicio mais uma vez, num cliclo contínuo que celebra a vida e dá ao nosso planeta um aspecto bem diferente dos outros do nosso sistema solar. Não basta deixar uma pequena porção de floresta na margem dos rios como se vê na foto. Inclusive, preste atenção nos barrancos na margem do rio. Basta conhecer um pouco do assunto para entender que o assoreamento ali já jogou uma quantidade enorme de terra e matéria orgânica no leito do rio. Continue lendo e você vai entender porque isso é decisivo para incrementar a seca que está assolando a região e acabando com o São Francisco.


Quando derrubamos as árvores, desmatamos e promovemso queimadas, a superfície do solo perde a propriedade de armazenar água, e todo esse habitat natural é destruído. Pior do que isso, o terreno se impermeabiliza, não retendo mais as águas das chuvas que caem sobre uma espécie de superfície coberta de plástico. Desse jeito as águas correm diretamente para os rios, carregando detritos, muita terra e barro, assoreando a margem dos rios e formando os barrancos que você vê na foto, tornando o leito do rio cada vez mais lamacentos. Com o tempo, toda sujeira, terra e detritos vão se acumulando no fundo dos rios, tornando-os cada vez menos profundos e, dessa forma, mais vulneráveis à ação do calor intenso que aumenta devido è redução da área verde e à consequente escassez das chuvas, evaporando maior quantidade de água. Essa água que antes era ancorada, em grande parte pelas florestas das margens dos rios, sobe diretamente à atmosfera, atingindo alturas onde as nuvens não se formam, dispersando-se.

Durante o dia, com o calor cada vez mais intenso, a cada vez menor quantidade de água nos rios se evapora rapidamente. Essa vapor, não encontrando as florestas que retinham a humidade que se evaporava e condensava em nuvens, simplesmente se perde fazendo toda a região ao redor do rio ficar cada vez mais árida.

Agora talvez você entenda porque o São Francisco está secando e porque existe racionamento de água em São Paulo.


Como nos dias de hoje, Floresta da Tijuca foi vista como resposta para crise hídrica do Rio de Janeiro, há 153 anos

Os jornais noticiam: cariocas passam a sofrer com o racionamento, a crise hídrica vira uma realidade, e um representante do Estado, em busca de solução, vê na Floresta da Tijuca uma alternativa para atenuar a falta d’água. O cenário descrito ilustrou os noticiários esta semana, quando o secretário estadual de Ambiente, André Correa, visitou o parque a fim de avaliar a possibilidade de usar o manancial local para ajudar no abastecimento. Mas também frequentou as manchetes em 1861, quando o imperador Pedro II, em meio a uma das maiores secas de que se tem notícia no Rio, decidiu que a solução estava ali, nas terras (ou, mais propriamente, nas águas) altas da região. Foi essa uma das principais razões de ele ter ordenado a desapropriação das chácaras dos nobres que haviam se instalado nas encostas e o consequente reflorestamento, o maior promovido até então no país.

O caso da Floresta da Tijuca é emblemático. Quando Dom Pedro II resolveu reflorestar a região, tinha-se se claro que ali havia várias minas de água que eram importantes para a população, principalmente os mais pobres — afirma a historiadora da Universidade Federal Fluminense Marcia Motta, autora do livro “O Rural à la gauche”.
Foi uma decisão visionária. As sucessivas ocupações da área haviam lhe acarretado uma clara degradação.

O espaço, que era bem maior do que é hoje, teve vários tipo de uso, mas foi a produção de café que fez com que se tornasse bem degradado. Além disso, a região se tornou uma área da alta sociedade, com chácaras nas florestas. Uma reprodução do estilo de vida europeu. Quando D. Pedro II, em 1861, criou oficialmente o Parque da Tijuca e das Paineiras, teve de retirar a elite que morava ali, com ressarcimento, e iniciar o processo de reflorestamento — lembra a historiadora Cláudia Beatriz Heynemann, autora do livro “Floresta da Tijuca”.


ARCHER, O MAJOR DA FLORESTA

Para além da seca, outras razões motivaram Pedro II na empreitada. As árvores também purificariam o ar e drenariam os pântanos, o que eliminaria os miasmas, emanações de material em decomposição associados à proliferação de insetos e outros agentes causadores de doenças. O monarca sonhava replicar seu projeto saneador em toda a capital do Império.

Era uma coisa oficial, mas tinha pouco investimento. O grande homem à frente da iniciativa foi o major Manuel Gomes Archer. Em pouco tempo, ele plantou 80 mil mudas.

Archer sofreu oposição da elite cafeeira e dos então moradores da região. O processo que liderou — quando as 80 mil mudas foram trazidas dos longínquos Jardim Botânico e Guaratiba — durou 12 anos. E o papel do ministro dos Negócios, o Visconde de Bom Retiro, foi decisivo, articulando as remoções com habilidade política. O episódio serviu para desmitificar a ideia, então vigente (e ainda hoje disseminada) de que a água no país é um recurso inesgotável. E revela uma intervenção precisa e decisiva do Estado para garantir acesso a esse bem.

Até há pouco tempo eram recorrentes notícias sobre a abundância de águas no Brasil, com a notória exceção das tristes secas nordestinas. Valorizava-se muito o fato de que temos a maior reserva de água doce do mundo. A memória nacional estava calcada na crença de que o problema da água era algo pontual, restrito a uma região — afirma Márcia Motta.
O reflorestamento não foi somente uma medida prática, ele também é apreciável pelo aspecto simbólico. A necessidade do governo de promover ações de replantio e recuperação do solo foi motivadora de debates na época. Morador da área que viria a abrigar a Floresta da Tijuca, o escritor José de Alencar foi uma das vozes críticas ao projeto.


No livro “Sonhos d’ouro”, José de Alencar chama de “loucura humana” a proposta de reflorestar a área. No livro, o ícone do Romantismo brasileiro afirma que a cobiça humana quer “refazer à custa de anos, trabalho e dispêndio de grande cabedal” o que destruiu pelo “lucro insignificante” em poucos dias. A posição parcial do escritor é um dos vários reflexos das disputas sobre a questão, que envolveu personagens de diferentes grupos sociais.

Um dos grandes avanços foi atribuir valor ao reflorestamento. O debate estava acontecendo naquele momento. Existia uma ampla noção de que o desmatamento não era uma barbárie que precisa ser combatida.

Ainda que visionária, a iniciativa não foi suficiente para que os problemas da cidade se resolvessem. No verão de 1888, com um Império enfraquecido, o calor de 42° C se tornou insuportável, e os chafarizes públicos secaram. O imperador era criticado pelos republicanos, e a imprensa reivindicava atuação enérgica do Estado, antes mesmo da recuperação da floresta. Pedro II, então, convocou um concurso público para escolher um projeto de canalização de água e, assim, minorar o problema.

Em uma nota de jornal, um jovem professor da Escola Politécnica, usando um pseudônimo, prometeu resolver o problema em seis dias e por um preço muito mais barato que os dos outros projetos. Era o engenheiro Paulo de Frontin, na época com 29 anos, que acabou construindo um aqueduto com capacidade de transportar 16 milhões de litros de água diariamente pelos seus quatro quilômetros. A canalização das águas das cachoeiras do rio Tinguá, na Baixada Fluminense, deu-se à margem da linha de ferro Rio d’Ouro até a represa do Barrelão, em Nova Iguaçu. Uma das últimas iniciativas promovidas por D. Pedro II, o sistema perdurou até o Rio ganhar um Plano Diretor de Água, em 1982.


PROPRIEDADE DOS MANANCIAIS EM QUESTÃO

Como prometido, Paulo de Frontin levou água à capital em seis dias, mas os problemas de abastecimento não terminaram no final do século XIX. A atual crise hídrica que o Sudeste vive se deve, segundo os historiadores, aos embates sobre as propriedades onde ficam os mananciais. Se, no passado, os produtores de café e moradores, ricos e pobres, tiveram que sair da Floresta da Tijuca, o mesmo já não acontece.


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Hoje é consenso que a água é um bem de domínio público que tem valor econômico, isso também significa dizer que sua gestão pelo Estado deve ser muito bem orientada para salvaguardar as necessidades da população. Ignorar o problema e pedir “ao homem lá de cima” que chova é, no mínimo, um crime contra os pobres, aqueles que mais sofrem com a carência de águas— afirma Márcia, em seu livro.

Recentemente, o debate em torno do Código Florestal teve entre seus principais pontos o reflorestamento de margens de rios. O tema não é novo para quem acompanha de perto a redução das áreas verdes.

O desmatamento contribuiu de forma decisiva para degradação do solo
A defesa de políticas públicas voltadas para o reflorestamento é muito antiga, mas também não são novas as tentativas de burlar a lei e alterar a política de preservação ambiental a fim de defender determinados interesses. Uma política ambiental não se efetiva sem uma política agrária — conclui Márcia.


NAZCA - COMO UMA INTEIRA CIVILIZAÇÃO DESAPARECEU

LEIA E ENTENDA O QUE IRÁ ACONTECER NA AMAZÔNIA.

Nazca, a civilização que ousou desafiar a natureza e pagou um preço caro por isso....Simplesmente desapareceu.

Se vc quer ter uma idéia do que pode acontecer no Brasil, conheça a civilização pré-inca de Nazca. Vc vai entender o que estão fazendo no Brasil, o que, um dia, poderá colpsar toda América do Sul.

Os Nazcas, a partir do primeiro século d.C. se desenvolveram muito, principalmente na agricultura e irrigação. Sua tecnologia possibilitou o crescimento desordenado da população que se expandiu notavelmente em pouco tempo. Para atender ao excepcional crescimento populacional, os Nazcas desviaram o curso d’água das montanhas, evitando que grande parte dela se evaporasse. Além disso, passaram a desmatar a densa floresta que os circundava, atendendo aos apelos da população que crescia sem parar.

Vou evitar a prolixidade e resumir a história. Com o desvio dos rios, com o desmatamento da regição e com a população crescendo sem parar, o assoreamento tomou conta do leito dos rios, e como a comida não era mais suficiente para atender a tanta gente desviaram o curso de todos os rios da região para irrighar outros campos que eram desmatados sem piedade. A água que não evaporava gerou uma seca tremenda durante anos. Em seguida veio o golpe de misericórdia na civilização Nazca. Da seca, passaram a uma chuva torrencial que durou anos a fio (imagine chover todos os dias, sem parar, duranet anos) o que devastou toda região devido ao assoreamento dso rios que inundaram a cidade. Logo em seguida aos anos de chuva, a região enfrentou outro período de seca que durou 30 anos. Não se podia plantar mais nada, os animais sucumbiram e com eles, toda população. 

Agora dê uma boa olhada na Amazônia e pense bastante a respeito.

Então, pare de bancar o tolo, pedindo desvio das águas dos rios e a construção de mais hidrelétricas para você ficar mais tempo embaixo do chuveiro elétrico ou lavando seu automóvel na calçada, ou o dia inteiro no seu computador enchendo o saco no Facebook. Você vai terminar seco como um bacalhau e bem antes do previsto, mas com a sua casa plena de energia, com seu computador navegando à velocidades astronômicas, mas sem água prá beber ou cozinhar (tomar banho, só de flanelinha e lavar o carro nem pensar). 


Outra coisa: Pena que não irá usufruir tudo isso por muito tempo, porque se você não sabe, não existe um jeito de viver sem água...ou não sabia??? Agora vem o pior...é essa a herança que você está deixando para seus filhos e netos que devido a uma instrução cada vez mais deficitária, não serão capazes de entender o que se passa e irão agir igual ou pior ainda do que você faz hoje.



Contudo, nem tudo é sombrio. Podemos mudar esse quadro terrível que se anuncia. A TERRA É O NOSSO PLANETA, A NOSSA ÚNICA CASA.
Se não cuidarmos dela, onde iremos viver? A Europa vai investir 100 bilhões de Euros em preservação do meio ambiente, energia limpa, renovável, com drástica redução de emissão de CO2, até 2050. São 100 BILHÕES de investimentos, divididos entre as nações da UE, com um retorno tremendo em qualidade de vida, saúde, emprego, vida saudável, preservação das espécies, da fauna e flora, aquática e terrestre. Não podemos ficar de fora desta virada☺️. O Brasil precisa voltar a crescer! Todos unidos por uma vida melhor!😍🥰❤️

FIM