A Revolução de Bananária

Rio de Janeiro, 22 de Janeiro de 2051

A situação de Bananária no século XXI era de extrema injustiça social. Nessa época o país estava dividido em três Estados. O Terceiro Estado, neopentecostal, era formado pelos pobres miseráveis dominados por seitas de falsos profetas estelionatários, suburbanos alienados e uma pequena burguesia comercial reacionária. Os impostos eram pagos somente por esse segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza feudal, instalada em Brastília, capital do país.

Bananária, mesmo que fosse proclamada como democracia para todos os fins e direitos, na verdade era um país subjugado por um regime absolutista, desde meados dos anos 60, no século XX, quando os militares se instalaram no poder. Ditadores e presidentes eleitos governavam com mão de ferro, com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião da população de maioria histérica e fanática, sob a batuta de falsos profetas, vendedores de indulgências.

Imagem: Foto de Bananária, tirada em 20 de abril de 2020, em plena pandemia de coronavírus.

Imagem gentilmente cedida pelo arquivo nacional do Museu Nacional restaurado.

A vida dos trabalhadores era de extrema miséria e pobreza; se lamentavam constantemente da falta de dinheiro, de boas escolas, de hospitais e atè do que comer. Evidentemente desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho, mas a indolência, a preguiça mental, a letargia e o imobilismo que haviam tomado seus corações e mentes, os impedia de reagir. Para todos so efeitos, Bananária era uma idiocracia habitada por uma população de maioria normopata. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho. Todavia, existiam aqueles que, alienados, estúpidos e cegos, se alinhavam com o governo nepotista tirano.

A REVOLUÇÃO DE BANANÁRIA - A QUEDA DE BRASTÍLIA

A Fase do Terror - Em 2020, em meio a uma pandemia viral que fazia milhares de vítimas em Bananária todos os dias, após a frustrada tentativa de fuga da familícia bananariana, os revoltosos radicais liderados por Ferdinando Carioca, assumem o poder e organizam as guardas nacionais. Os radicais acabam com a Ditadura Bananarista e instituem o parlamentarismo unicameral.

As guardas nacionais recebem ordens dos líderes para encarcerar qualquer oposicionista ao novo governo. Muitos integrantes da nobreza bananarista e outros bananarianos alienados, conhecidos como "o gado de Bananário I", de oposição ao novo regime, foram condenados a morte na guilhotina. A violência e a radicalização política foram as marcas desta época.

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande, que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar a presidêncai das mãos de Bananário I e de seus filhos bananarinhas. O primeiro alvo dos revolucionários foi a capital. "A Queda de Brastília", como ficou conhecido o episódio nos livros de História, ocorreu em 14/07/2020, data que marca o início do processo revolucionário, com a queda da corte feudal, símbolo do absolutismo bananariano.

Inspirados no movimento "cabeças vão rolar, custe o que custar", o lema dos revolucionários era "morte a todos os corruptos, tiranos velhacos, traficantes, assassinos e destruidores do meio ambiente", pensamento que resumia muito bem os desejos da maioria dos bananarianos.

Vídeo - A execução de Bananário I

Durante o processo revolucionário, grande parte da corte deixou Bananária, para se refugiar em Cuba, Venezuela, Leste da Europa e EUA. Porém, Bananário I e toda sua família, mais Luladro I, Dircenário II, Genoinário III, Cabrálio Argentarius, Jorge Piccianário, Pé Grande, Moreirário Angorá, Temer Temido Cornus e Aécius Cocainomanus, foram capturados enquanto tentavam fugir do país, juntos com um velho vigarista, proprietário de uma cadeia lojas, centenas de políticos, um apresentador televisivo e sua mulher que adorava andar de táxi e o líder dos neopentecostais que exploravam a miséria da população. Presos, os integrantes do grupo que ficou conhecido como "os malditos da Bananária", entre eles o presidente-ditador Bananário I e sua digníssima consorte Micheque Bonanário, foram guilhotinados em julho de 2021. Foram poupados apenas os filhos menores de idade e aqueles que não tiveram participação direta na instalação do processo de miséria cultural do país. O clero neopentecostal também não saiu impune, pois os bens das seitas foram confiscados durante a revolução. Prédios onde funcionavam cinemas, teatros e museus, que haviam sido tomados por estes falsos líderes religiosos, foram devolvidos à população, recuperados em todo o seu esplendor.

Imagem de capa de revista, do início do século XXI, em perfeito estado de conservação, dando idéia do clima de terror em que viviam os bananarianos ao tempo de Bananário I. Arquivo Nacional, Museu Histórico.

A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE - O PARLAMENTARISMO CONSTITUCIONAL

No mês de agosto de 2021, após a excução de Bananário I e de sua corte, a Assembléia Constituinte cancelou todos os direitos políticos dos que se deixaram seduzir pela corrupção, nepotismo e ganância, todos declarados inimigos do Estado e condenados à morte ou ao exílio à vida. 

A Constituição foi resumida em apenas 5 páginas, e todas as cláusulas pétreas foram canceladas. Foram instituídas as penas capital e de prisão perpétua em regime fechado, em celas de presídios na Europa. Foi decretado o fim de todas as favelas e das populações ribeirinhas e todas essas áreas foram reflorestadas. Quem fosse pego tentando construir barraco em local não permitido, seria condenado a 30 anos de cadeia.

Finalmente, depois de terem executados todos os inimigos do Estado, políticos corruptos assassinos, traficantes e depois de terem dissolvido todas as Câmaras Municipais e Asembléias Estaduais, teve início o regime parlamentarista unicameral, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para a população. As decisões iniciais, postas em prática após a promulgação da Nova Constituição:

● Foi instituído o regime parlamentarista unicameral, e decretado o fim de todas as Assembléias legislativas e Câmaras Municipais.

● O poder foi descentralizado, dando autonomia aos governadores para decidirem por seus estados.

● O número de Ministérios foi reduzido para um total de 11.

● O número de partidos foi reduzido para um total de 3.

● Foram retiradas todas as cláusulas pétreas e instituídas as penas capital e de prisão perpétua para os crimes hediondos comprovadamente praticados, sem sombra de dúvidas. Exemplo: suspeito de homícidio qualificado, mas sem provas conclusivas, restando alguma dúvida: in dubio pro reo! Mesmo diante dos fortes indícios e provas circustanciais, o "réu" não era executado, mas mantido sob custódia da justiça, até que seja comprovada a sua inocência.

● Foi permitida a posse de armas, em casa, mas não o porte. Desarmaram todos os civis que portavam armas sem autorização, infligindo-lhes multas pesadas e aplicando penas de até 30 anos de cadeia, caso fossem reincidentes em portá-las fora do perímetro de suas residências.

● As invasões de terras ou de propriedades foram terminantemente proibidas e o Movimento dso Sem Terras, declarado criminoso e ilegal, sob pena de prisão e execução aos infratores; foram reintegrados todos imóveis e terras aos seus legítimos proprietários e à União, nos caso de comprovada grilagem; se neecssário,  com o auxílio da força policial.

● A Transamazõnica foi declarada ilegal e fechada.

● Foram estabelecidas regras para o incremento dos transportes fluvial e ferroviário.

● Todas as favelas, de todos os estados, assim como todas as cidades ribeirinhas da Região norte do país (Amazônia) foram declaradas ilegais e derrubadas. A posse dos locais antes ocupados por barracos e favelas, e todas as terras invadidas retornaram ao Estado. 

● Foi terminantemente proibida a criação de gado, plantações e mineração nas regiões Amazônica e do Pantanal, regiões declaradas como patrimônios da humanidade, não podendo ser tocadas ou exploradas. Remanejaram as populações locais, reflorestaram tudo e entregaram sob a tutela das FFAA.

● Nas Academias militares, foram criados os cursos de Guarda Nacional, Guarda Florestal e de Fronteiras, e Guarda de Finanças.

● As polícias militares passaram a ter caráter nacional. Seus integrantes eram transferidos para qualquer parte do país, a cada 3 anos, a fim de evitar vícios, formação de grupos e contato com a população local.

● Acabaram com o protecionismo à fraca e obsoleta indústria Nacional. Abriram os portos aos produtos estrangeiros. Acabaram com a exigência do RADAR, sinais de liberação de mercadorias, burocracia e outros instrumentos protecionistas. Permitiram a importação e exportação por pessoas físicas, instituindo um imposto único de 23% sobre as mercadorias que chegavam ao país, sem taxar o valor dos transportes. Esses impostos passaram a ser pagos somente ao final de cada ano e não imediatamente como era feito até o fim dso governos tiranos.

● Extinguiram o ICMS, a CPMF e a taxação de impostos sobre o preço CIF das mercadorias.

● Modernizaram os bancos, permitindo o livre trânsito do dinheiro entre as naçõs amigas, em todo o mundo, através de coordenadas IBAN e BIC SWIFT.

● Criaram um sistema de internet Bank, com portfolio em 5 moedas (Real Bananário, mais 4 moedas estrangeiras), com apenas dois reconhecimentos para login e a possibilidade de qualquer um aplicar em qualquer bolsa do mundo, de sua casa.

● Foi extinto o sistema de cotas, e instiruíram o Liceu profissionalizante de 5 anos, incluindo o de Marinha Mercante que passou a não mais ser dirigido pela marinha de guerra e sim por civis.

● Criaram estaleiros e novos portos ao longo da costa, incrementando a frota naval e mercante do país.

● Foram estabelecidas bolsas plenas para estudantes que se destacassem, para que pudessem cursar universidades no exterior e retornarem ao país com o conhecimento adquirido.

● Cérebros estrangeiros foram adquiridos para o país, recebendo todos os auxílios e salários dignos, para que deixassem os seus países, para trabalhar em Bananária, nas suas universidades totalmente dedicadas à pesquisa científica.

● Reabriram os cassinos, agora sem a violências das ruas, e incrementar o turismo e a hotelaria.

● Proibiram definitivamente, sob pena de prisão à vida, sacrifícios de animais em seitas de matriz africana ou equivalentes.

● Foi decretado o fim da maioria das igrejas neopentecostais que prometiam curas e exigiam doações de fpobres miseráveis e outrso tontos ignorantes. Confiscaram todos os seus bens e aplicar na instrução e na saúde. A maior parte desses líderes foram executados pelo Novo Estado.

● Foi permitido a criação de um único partido de esquerda, mas proibido os de conotação comunista leninista, maoísta, etc. Também foram extintos os partidos de direita ultra-radical.

● Investiram pesado em instrução, saúde, segurança e infra-estrutura, criando um novo país.

● Reduziram a população carcerária a quase zero, enviando o líderes de facões e presos condenados a mais de 5 anos, para que cumprissem suas penas em celas alugadas no exterior, mais baratas do que em Bananária, impedindo a comunicação entre os líderes criminosos. Visitas íntimas, indultos de Natal, "saidinhas", etc, foram terminantemente proibidos.

● Instituíram um rígido código de obras, proibindo definitivamente as construções abusivas ou sem permissão.

● Acabaram com todos os programas assistenciais como Bolsa Família, Cotas Universitárias, etc. O dinheiro passou a ser aplicado no desenvolvimento do país (saúde, instrução e infra-estrutura)

● Foi instituído um rígido programa de planejamento familiar e distribuição geográfica da população, respeitando as áreas verdes de preservação ambiental, ecossistemas e reservas.

● Ao final de todo o processo de renascimento de Bananária, resolveram que havia chegado a hoar de também mudarem o nome do país. Nascai assim o Brasil e seus habitantes passaram a ser chamados de brasilianos, pois a primeira proposta (bresileiros), recordava os traficantes de "pau-brasil", e como a palavra "traficante" era quase uam condenação à guilhotina, todos sentiram um nó em suas gargantas e concordaram que o melhor seria serem conehcidos em todo o mundo como BRASILIANOS.

Imagem do Brasil, "ex-bananária", hoje, em 2051

FIM